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19.9.2018 | Apresentação do projeto NSCCP em Tomar


«A responsabilidade é de todos e não só da autarquia!»


«Entendemos que as questões da violência e das noites, às vezes, um pouco inseguras são preocupações de todos nós, enquanto munícipes, pais, avós e cidadãos. A responsabilidade é de todos e não só da autarquia!», começou por dizer a vereadora da Câmara Municipal (CM) de Tomar, Filipa Fernandes, na sessão de apresentação local do projeto «Noite Saudável das Cidades do Centro de Portugal» (NSCCP), realizada na manhã de 19 de setembro de 2018, nos Paços do Concelho.

Ao acolher a equipa coordenadora do NSCCP, na sua quinta sessão informativa, no âmbito de um roteiro pelos munícios da região Centro que aderiram ao projeto, a autarca da antiga cidade templária considerou que «é importante ter parceiros envolvidos, para se discutir qual o melhor caminho a tomar». «O ideal seria que todos os cidadãos tivessem uma voz ativa. Não sendo possível, temos as entidades que fazem parte deste concelho e que são, certamente, os agentes mais próximos da população», expressou a vereadora Filipa Fernandes, no seu primeiro mandato camarário.

«Vamos, hoje, assistir à apresentação deste projeto que terá futuras atividades nas quais estaremos todos envolvidos, para seguirmos um caminho nas questões da prevenção da violência [interpessoal], dos sinistros rodoviários e de tudo o que poderá, aqui, ser falado», observou a responsável pelos pelouros da Cultura, do Turismo e da Ação Social da CM de Tomar, agradecendo aos elementos coordenadores do NSCCP (o psiquiatra João Redondo, a administradora hospitalar Diana Vilela Breda e o psicólogo Fernando Mendes) que se dispuseram a «expor e a explicar todos os procedimentos» deste empreendimento apoiado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), presidida por Ana Abrunhosa.


Mudar atitudes e procedimentos

Filipa Fernandes relembrou a sua participação – bem como a dos representantes da Divisão de Tomar da Polícia de Segurança Pública – na sessão de lançamento do projeto NSCCP, a 18 de junho do corrente ano, no auditório da CCDRC (em Coimbra), e disse que «faz todo o sentido que os municípios comecem a olhar para estas questões, porque os jovens estão cá e precisam, de alguma forma, que se preste mais atenção à violência que existe e que não é só noturna». «É importante que tenhamos consciência e que estejamos, todos, envolvidos nisto, para que se possa mudar as atitudes e os nossos procedimentos!», salientou a autarca, formada em Animação Socioeducativa, pela Escola Superior de Educação de Coimbra, mostrando-se empenhada na missão de qualificar profissionais da restauração e outros responsáveis de projetos e instituições locais que se enquadrem nos contextos de lazer e recreação noturna na cidade de Tomar.

Coadjuvada pelo técnico superior Jorge Claro (nesta reunião promovida pela CM, em colaboração com a equipa coordenadora do NSCCP, na qual estiveram diversos profissionais dos setores locais que representam interfaces no quadro das áreas-alvo do projeto, excetuando os empresários dos estabelecimentos de recreação noturna), a vereadora Filipa Fernandes referiu ter reunido (dois dias antes, a 17 de setembro) com os estudantes do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), a propósito de «uma coisa», para si, «bastante interessante»: as praxes sociais. «Em vez daquela praxe violenta – a que, frequentemente, assistimos e que é mediática em grandes centros universitários –, incentivámos os estudantes do IPT para a praxe social», sublinhou. «O que pretendemos com isto? Que os jovens (caloiros), em vez de estarem submetidos à degradação, façam trabalho comunitário em Tomar, na limpeza de uma parede, na limpeza do rio [Nabão] ou em várias instituições sociais, acompanhando simplesmente a população mais idosa», manifestou a vereadora, afirmando que «eles ficaram bastante entusiasmados» e que «aceitaram o desafio de arrancar já com as praxes sociais».


Fomentar boas práticas

Para Filipa Fernandes, este tipo de ações – «das que estão, agora, mais em voga» na cidade de Tomar – «vai muito ao encontro do projeto NSCCP». Como exemplo de boas práticas municipais, a autarca informou que os estudantes do IPT estão a organizar-se por grupos aos quais serão distribuídas atividades.

A esse propósito, o psiquiatra João Redondo apelou à intervenção dos múltiplos parceiros locais: «Temos também de falar das nossas coisas, escrever sobre elas e disseminá-las! É um pouco a tónica deste projeto.» «Para ler, os livros estão lá! Nós precisamos mais é de trabalhar convosco, na ideia de que os vários setores tenham a mesma rede», destacou o co-coordenador do NSCCP.

À margem da sessão de apresentação local do projeto «Noite Saudável das Cidades do Centro de Portugal», a vereadora Filipa Fernandes – cuja atividade profissional tem estado ligada a projetos sociais – denotou a «expectativa de que, realmente, se alterem os comportamentos dos jovens, a longo prazo». «Espero que a comunidade de Tomar, em si, também se envolva neste projeto, para que possamos mudar mentalidades», insistiu, exemplificando com «a colocação de um jarro com água na mesa do restaurante», conduta social que, a seu ver, «incentiva a que a bebida alcoólica seja consumida moderadamente». Acerca da ausência dos profissionais da restauração e hotelaria local, a autarca reafirmou ter solicitado à associação dos comerciantes (Acitofeba – Associação Comercial e Industrial dos Concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere e Vila Nova da Barquinha) para que fizesse chegar o convite da CM aos seus sócios. «O que vamos fazer, a partir de agora, é contactar diretamente com eles, para que possamos trabalhar em conjunto!», garantiu Filipa Fernandes, reconhecendo que, no contexto municipal e citadino, há algum consumo de estupefacientes. «O álcool e o haxixe já se veem muito à porta das escolas» e noutros espaços partilhados por jovens, «o que é preocupante». Daí a necessidade de uma intervenção mais atenta no terreno.

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