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Fórum 2021 | Turismo Centro de Portugal


A 12, 19 e 26 de maio teve lugar o Fórum 2021, promovido pelos subprojetos «Sinistralidade Rodoviária» e «Contextos recreativos noturnos e violência interpessoal». Para conversar sobre a prevenção destas duas problemáticas, tivemos a honra de contar com a participação de Profissionais de diferentes setores. Poderá (re)ver as sessões em www.noitesaudavel.pt.

Na impossibilidade de poder estar presente na mesa-redonda «Prevenir a Sinistralidade Rodoviária. Que Papel Para os Vários Setores?», no dia 12 de maio, o Exmo. Senhor Presidente da Turismo Centro de Portugal, Dr. Pedro Machado, deixa-nos uma reflexão escrita sobre «O Papel do Turismo na Prevenção da Sinistralidade Rodoviária».


Nos três primeiros meses deste ano, 53 pessoas perderam a vida nas estradas portuguesas e 292 ficaram gravemente feridas. Apesar de os números apresentarem uma tendência positiva nos últimos anos, são 53 mortes e 292 feridos a mais e que poderiam ser evitados. Acredito que o Turismo pode ter um papel a desempenhar neste esforço conjunto de todos.

O Turismo é uma atividade que promove os hábitos de vida saudável. Cada vez mais, aliás. Ao contrário do que acontecia há 20 ou 30 anos, em que o turismo era uma prática eminentemente passiva e que se cingia ao sol, praia e restaurantes, quem viaja hoje procura destinos pouco massificados, com tráfego reduzido, onde possa usufruir de experiências gratificantes e em comunhão com a natureza. Acresce que há um segmento crescente de viajantes, e não apenas os mais novos, que denota grandes preocupações com a sustentabilidade dos destinos que escolhem para passar as suas férias ou os fins de semana.

O Centro de Portugal é, a este nível, um destino de eleição. As características que mais atraem os visitantes a este território – que é, sublinhemos, a maior e mais diversificada região turística do país – são aquelas que se inserem das tendências dos novos viajantes, como são a natureza em estado puro, os espaços abertos, as centenas de quilómetros de trilhos disponíveis para fazer a pé ou de bicicleta, o turismo ativo, a cultura e o património ou a gastronomia.

Tenho por hábito dizer que o Interior do país, e em particular o Centro de Portugal, é um luxo que começa a ser devidamente valorizado. O Centro de Portugal é um hino à natureza e à vida, onde a menor densidade populacional se apresenta como uma vantagem.

O que tem isto a ver com a sinistralidade rodoviária? Seguramente muito. A decisiva e clara aposta que o Turismo Centro de Portugal – e outras regiões – tem feito no turismo ativo e desportivo, bem como no turismo sustentável, favorece as melhores práticas rodoviárias. As nossas propostas e sugestões de descoberta da região convidam a andar a pé, de bicicleta ou de ferrovia, deixando o carro em casa ou usando-o o menos possível. Estou certo de que não há melhor forma de descobrir um país, uma região ou uma cidade.

Dada a dimensão da região Centro, há, no entanto, destinos que apenas se conseguem conhecer e disfrutar na plenitude num automóvel ou moto. São os casos, por exemplo, da emblemática EN2, que se popularizou enquanto produto turístico e que motiva muitas viagens, e das estradas panorâmicas que ladeiam serras, rios e montanhas. Mas mesmo estas estimulam a que se circule devagar, sem pressa e com paragens frequentes, para se poder apreciar toda a envolvência.

O Centro de Portugal, o Alentejo ou o interior da região Norte propiciam experiências turísticas em segurança. Se os mesmos conceitos se aplicassem às cidades, o desígnio de reduzir a sinistralidade rodoviária seria seguramente vencido.


Pedro Machado, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal


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