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19.9.2018 | Apresentação do projeto NSCCP em Abrantes


«Com responsabilidade acrescida, juntos somos mais fortes!»


«Penso que este projeto vai resolver, até, alguns dos problemas que temos identificados no nosso diagnóstico social», considerou a vereadora da Câmara Municipal (CM) de Abrantes, Celeste Riachos Simão, no início da sessão de apresentação local do projeto «Noite Saudável das Cidades do Centro de Portugal» (NSCCP), realizada na tarde de 19 de setembro de 2018, no Edifício Pirâmide.

Ao dar-se conta de algumas ausências no auditório que acolheu os representantes das organizações e entidades locais convidadas a participar neste encontro promovido pela CM de Abrantes, em colaboração com a equipa de coordenação científica do NSCCP, a autarca Celeste Simão disse que, «às vezes, não damos determinada importância a certos assuntos, mas, mais tarde, acabamos por perceber que é importante estarmos desde o princípio, para entendermos do que, realmente, se trata».

Para Celeste Simão – responsável pelos pelouros da Educação e da Ação Social da edilidade abrantina –, o projeto NSCCP «é importante», atendendo às «necessidades identificadas» no diagnóstico social concelhio e a «algumas linhas de intervenção no Plano de Desenvolvimento Social» (PDS). «Como se costuma dizer, calhou mesmo bem! Este projeto vai-nos ajudar a concretizar algumas linhas de atuação que existem no PDS, também da rede social. Está tudo encaminhado no bom sentido!», expressou a autarca que, entre 2008 e 2009, coordenou a Equipa Móvel Multidisciplinar na Região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT) no Programa para a Prevenção e Eliminação do Trabalho Infantil, bem como a Medida PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação) de Abrantes, da Chamusca, de Torres Novas e de Rio Maior, que é uma medida socioeducativa e formativa de inclusão, a aplicar (com carácter temporário e excecional) em jovens (dos 15 aos 18 anos) que se encontram em risco e/ou perigo de exclusão escolar e social, depois de esgotadas todas as outras medidas de integração escolar».


«Ânsia de as pessoas falarem»

Durante a sessão, o psiquiatra João Redondo salientou que «a forma como nós olhamos uns para os outros pode mudar as coisas». Por isso, a ideia subjacente ao projeto NSCCP é a de que a estratégia que temos de utilizar para construir uma rede de suporte, numa perspetiva ecológica, também «possa ajudar determinadas famílias». «Mas, é preciso encontrarmos quem queira essa ajuda!», sublinhou o co-coordenador (com o psicólogo Fernando Mendes e a administradora hospitalar Diana Breda) do projeto cuja candidatura teve o acompanhamento da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), presidida por Ana Abrunhosa.

A vereadora Celeste Simão chamou a atenção dos presentes na sessão de apresentação local do projeto para a importância do que, na tarde dessa quarta-feira, estava ali a acontecer, a exemplo de anteriores reuniões «só com parceiros da rede local» e além das organizadas no âmbito do Conselho Municipal de Educação de Abrantes. Pelo facto de «virem para a mesa temas sobre os quais se fala livremente», a mesma responsável autárquica (que é mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa) reparou que «há uma grande ânsia de as pessoas falarem e exporem as suas opiniões».

«Acho que isso é bom, porque nós (em Abrantes) já conseguimos trabalhar em parceria. As coisas têm vindo a melhorar com o tempo. No entanto, temos ainda um longo caminho para fazer nesse sentido», admitiu a vereadora (no seu nono ano de permanência no executivo camarário), depois de ter sido deputada municipal (entre 2006 e 2009).


«Precisamos é de ação!»

«Também me sinto muito satisfeita por haver pessoas, na assistência, que dizem estar fartas de fazer relatórios e que querem ação. De facto, precisamos é de ação! Não sei se perceberam, mas, a partir do momento em que nos sentámos (hoje) nestas cadeiras, temos uma responsabilidade acrescida!», manifestou Celeste Riachos Simão, que – reiterando o psiquiatra João Redondo, a respeito de «uma abordagem multidisciplinar e com iniciativas baseadas nas evidências» – encerrava a sessão: «É assim que gostamos de trabalhar. E não a inventar projetos que são, apenas, bonitos… Temos as evidências!»

Em declarações à margem do referido encontro no Edifício Pirâmide, a vereadora da CM de Abrantes aludiu novamente ao diagnóstico social, realizado localmente há cerca de dois anos, seguindo-se-lhe o PDS, no contexto do qual foram «ouvidos muitos parceiros», cujas informações recolhidas «foram tratadas». «E já temos, mais ou menos, o retrato do que é a área social no concelho e das problemáticas», lembrou Celeste Simão, que integra ainda o Conselho Municipal de Segurança e, desse modo, estabelece contactos com as forças de segurança.

«É evidente que temos problemas com a toxicodependência e que estamos preocupados com as relações sexuais desprotegidas. É também evidente que as festas organizadas por associações [locais] nos inquietam, bem como as festas populares com música até de madrugada…», reconheceu a vereadora. «Por um lado, ficamos satisfeitos porque os mais novos se interessam pelas festas aonde só iam os mais velhos, como forma de recuperar as tradições. Por outro lado, começam a ter uma grande afluência de jovens, enquanto os mais idosos não as frequentam a altas horas», assinalou.

«Há, aqui, um desafio muito grande! A questão do álcool preocupa-nos; sobretudo, em ensiná-los a beber com limites», adiantou aquela responsável do Município de Abrantes, apercebendo-se que, mesmo durante o dia, ocorrem situações relacionadas com estabelecimentos comerciais próximos das escolas secundárias. «Não é fácil a um proprietário fazer um controlo exaustivo!», constatou Celeste Simão, que tem «uma grande expectativa em relação ao projeto» NSCCP, acreditando no funcionamento da atual rede social do concelho.

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