«Querer partilhar dinâmicas e conhecimentos atuais no âmbito da prevenção»
«Uma das razões da adesão ao projeto foi, basicamente, a de querer partilhar dinâmicas e conhecimentos atuais no âmbito da prevenção do consumo de substâncias psicoativas, entre as quais o álcool, o tabaco e outras drogas», justifica o vice-presidente da Câmara Municipal (CM) de Vila Nova de Poiares, Artur Jorge Santos, na véspera da sessão de apresentação local do projeto «Noite Saudável das Cidades do Centro de Portugal» (NSCCP), realizada a 27 de setembro de 2018.
Outra razão para o município poiarense aderir ao projeto NSCCP prende-se com a intenção de «fazer parte de um consórcio com uma dimensão tão relevante a nível regional, nacional e, mesmo, internacional», diz Artur Jorge Baptista dos Santos, que é natural de Coimbra mas reside em Vila Nova de Poiares, onde foi eleito vereador e reconduzido para o cargo de vice-presidente da edilidade. «Isso permitir-nos-á uma melhor implementação de medidas e de políticas, em conformidade com as recomendações e orientações contemporâneas», admite o autarca, privilegiando a adoção local de «comportamentos mais saudáveis e seguros».
Na opinião de Artur Jorge Santos (que, em 2015, finalizou o doutoramento em Ciências do Desporto – Ramo de Treino Desportivo e que, em 2013, foi distinguido com o Prémio PNED para Investigação sobre Ética no Desporto), importa que o município de Vila Nova de Poiares possa, igualmente, «transmitir esta informação [e saber] para a sua população»; e que contribua para esse «conhecimento no território».
«A valorização da Educação para a Saúde e a redução de riscos de saúde», bem como «o aumento da segurança» são objetivos «muito específicos do município», nas suas diferentes áreas de atuação (a exemplo dos concelhos municipais de Segurança e da Educação, entre diversas entidades locais, como a Comissão para a Proteção de Crianças e Jovens – CPCJ). «Os subprojetos reunidos, pelos parceiros, neste projeto [NSCCP] são devidamente reconhecidos», salienta o autarca poiarense Artur Jorge Santos, considerando-os «credíveis e capazes de ajudar também a implementar e a trabalhar para a concretização dos objetivos» concelhios.
«Já temos algumas ideias definidas»
«Já temos algumas ideias definidas», afirma o vice-presidente da edilidade, referindo-se ao trabalho que «se vai desenvolvendo no município», através dos vários concelhos municipais, em colaboração com a CPCJ, «que também tem um papel relevante, em articulação com outras entidades». No entender de Artur Jorge Santos, o trabalho entretanto feito «pode ser potencializado por este conhecimento e pelo “know-how” que venha a ser acrescido pelas novas dinâmicas ou novas formas de atuar e de sensibilizar a própria comunidade».
«Estamos a falar, essencialmente, de uma das grandes problemáticas no concelho de Vila Nova de Poiares: o consumo de álcool», observa o vice-presidente do executivo camarário, esclarecendo que «os outros tipos de consumo são menores» a nível concelhio e também comparando com outros municípios. «Porém, mesmo estes baixos consumos e as situações de risco são sempre preocupantes!», manifesta o edil Artur Jorge Santos.
«Nós já tivemos, neste ano [em 2018], algumas ações de sensibilização para a questão da redução da venda de álcool, sobretudo a menores», recorda este responsável camarário e político local, notando que o consumo alcoólico está ainda associado a um conjunto de outras situações relacionadas com a condução, com a agressividade interpessoal e com as questões de violência doméstica ou familiar.
«Vamos articulando e sensibilizando para estas temáticas, especialmente para a redução do consumo de álcool», nota o autarca poiarense, esperando, com a adesão ao projeto NSCCP, «potenciar aquilo que vai sendo um trabalho local e reforçar as [respetivas] parcerias».
Consumo por razões culturais
Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra, é um concelho em que a cultura popular ainda se relaciona com «a produção dos seus próprios produtos alcoólicos, essencialmente o vinho e as aguardentes». «Era também uma forma de socialização! As pessoas (normalmente, homens) tinham a tendência de ir às diversas adegas provar os produtos, além dos momentos de colaboração e de entreajuda nos trabalhos agrícolas. Por outro lado, havia a referência do refúgio através do álcool, para fugir a determinados problemas», explica Artur Jorge Santos, notando haver um menor registo dos casos de alcoolismo. «As situações são mais pontuais, aquando das saídas noturnas e nos momentos de festa. Ou seja, já não é um consumo tão regular», repara o edil deste concelho «envelhecido», em que os jovens locais aproveitam «a relação de proximidade com Coimbra» e, assim, «usufruem igualmente das vivências da cidade».
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